Webinar: Mediação na Educação Inclusiva – O que Precisamos Fazer
Professor de Educação Infantil – São Tiago
Data: 30 de junho de 2025
Resumo
Luciane, da Equipe Gestão Inclusiva, e Diana Mata iniciaram uma formação focada na conceituação de “centros infantis” e na vital importância da mediação na aprendizagem das crianças.
Luciane enfatizou que a aprendizagem ocorre por meio de mediação intencional, que é crucial para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo de todas as crianças. Pontuou-se a autonomia progressiva, a repetição como meio de solidificar o conhecimento, o estímulo emocional positivo e o desenvolvimento das funções executivas.
O encontro abordou a relevância de uma avaliação prévia dos estudantes e o conhecimento dos marcos de desenvolvimento. Discutiu-se também a mediação no brincar livre para evitar o isolamento, o uso de estações de aprendizagem como ferramentas eficazes e a superação do capacitismo.
Início e Boas-Vindas
Luciane, deu as boas-vindas e aguardou a organização da Secretaria de Educação para iniciar a formação. Diana Mata confirmou o início da sessão, mencionando que, embora algumas supervisoras estivessem a caminho após uma reunião, a formação poderia começar com a diretora e a vice-diretora já presentes.
Luciane expressou a satisfação da equipe Inclusiva em se reunir novamente com o grupo, almejando um trabalho consistente e aprendizados que enriqueçam a prática diária nos centros infantis.
Conceituação de Centros Infantis
Diana Mata esclareceu que na rede de ensino local, os estabelecimentos são denominados “centros infantis”, atendendo crianças de um a cinco anos, abrangendo desde a creche até o primeiro e segundo períodos da educação infantil.
Luciane reforçou a importância de empregar a terminologia correta ao se referir a esses estabelecimentos e expressou grande apreço pelo público da educação infantil, com o qual se identifica profundamente, sendo ela própria professora dessa área e tendo nela encontrado aprendizado valioso.
Aprendizagem e Mediação
Luciane ressaltou que a aprendizagem não é um processo acidental, mas sim fruto de encontros intencionais e mediação qualificada. Ela incentivou os participantes a refletirem sobre as importantes mediações realizadas em seu dia de trabalho, sublinhando que todo professor de educação infantil atua como mediador constantemente.
A mediação pedagógica foi definida como um ato intencional com um olhar “clínico” e especializado do educador, visando facilitar o acesso do estudante ao conhecimento e ao desenvolvimento, perpassando a interação social.
Mediação para o Desenvolvimento Social e Emocional
Luciane exemplificou a mediação em situações do cotidiano infantil, como a partilha de brinquedos, onde a mediação envolve escuta, observação e apoio para que as crianças aprendam a se regular e a conviver. Ela enfatizou que a mediação é igualmente crucial para lidar com frustrações, auxiliando a criança a compreender e nomear suas emoções, além de desenvolver resiliência e
empatia. Aprender a conviver é um desafio contemporâneo para as crianças, e a mediação pedagógica fortalece a base emocional, auxilia nas escolhas e contribui para o desenvolvimento global do estudante.
Mediação para Todos os Estudantes
A palestrante afirmou que a mediação é essencial para todos os estudantes, não apenas para aqueles com dificuldades ou deficiências, embora estes últimos a demandem de forma mais intensa. Ela explicou que as aprendizagens não ocorrem automaticamente por idade ou etapa escolar, mas sim por meio de um ato intencional de conectar a criança ao conhecimento. A mediação qualificada estimula conexões duradouras e aprendizagens sólidas.
Processo de Mediação e Autonomia
Luciane detalhou que a mediação não consiste em fazer pela criança, mas sim em fazer com ela, criando condições para que se desenvolva com suporte e autonomia progressiva. Ela citou Vygotsky, que enfatiza a aprendizagem pela interação, e Florestein, que vê a mediação como pilar para a modificabilidade cognitiva. A mediação deve identificar o potencial do estudante e direcionar
estímulos intencionais. A autonomia é construída progressivamente, com o suporte sendo retirado conforme a necessidade da criança, incentivando a independência.
Repetição e Rotina na Aprendizagem
Luciane salientou a importância da repetição na aprendizagem, distinguindo-a da monotonia, e explicando que ela serve para solidificar o conhecimento e evitar que tudo se torne “inédito” e não consolidado. A rotina e a previsibilidade, por meio de atividades repetitivas, organizam e trazem segurança para as crianças, moldando seus cérebros e promovendo aprendizagens seguras e mediadas. A neuroplasticidade do cérebro, que se reorganiza com novas vivências, também é
impulsionada por experiências mediadas e enriquecedoras.
Estímulo Emocional Positivo e Funções Executivas
Luciane destacou a importância do estímulo emocional positivo, ressaltando que experiências de sucesso e vivências positivas engajam as crianças na aprendizagem e na repetição com variação.
Ela enfatizou que a mediação qualificada é fundamental para o desenvolvimento das funções executivas, como o controle de impulsos, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, que se iniciam na infância e são essenciais para o desenvolvimento da autorregulação.
Estratégias de Mediação no Cotidiano
A palestrante sugeriu estratégias como nomear emoções, reforçar rotinas, oferecer instruções curtas e visuais, e usar jogos e brincadeiras que exijam controle da memória e alternância de papéis. Ela também propôs a organização do trabalho em estações na sala de aula, o que permite aos professores mediar de forma mais próxima e individualizada com grupos menores de crianças,
garantindo que a atenção alcance a todos. O erro, nessa perspectiva, é uma oportunidade de aprendizagem e não um bloqueio.
A Contato Gestão Inclusiva enfatizou que a repetição do erro sem intervenção pode levar a criança a desistir, pois ela se sente incapaz. A mediação é crucial para que a criança perceba que vale a pena tentar novamente e para que ela não vivencie apenas o fracasso. A mediação, segundo Contato Gestão Inclusiva, é um meio para a criança construir uma aprendizagem que a ajude a alcançar seus objetivos.
A Necessidade de Avaliação Prévia e Conhecimento dos Marcos de Desenvolvimento
A Contato Gestão Inclusiva ressaltou a importância de uma avaliação prévia dos estudantes, conhecendo-os em diversos aspectos como comunicação, fala, motor, interesse, engajamento e interação. Também destacou que os educadores devem conhecer os marcos de desenvolvimento esperados para cada faixa etária, utilizando-os como parâmetro para identificar defasagens e intervir adequadamente, como mencionado na caderneta de vacinação.
O Brincar Livre com Mediação
A Contato Gestão Inclusiva explicou que, embora o brincar livre seja fundamental para as crianças, ele deve ser mediado, não sendo sinônimo de brincar sem intervenção. A educadora deve estar presente, observando e fazendo provocações para enriquecer a experiência, pois a falta de mediação pode reforçar o isolamento, repetições estereotipadas ou exclusão social, especialmente
em crianças com autismo ou dificuldades de linguagem.
Cristiane Avelar Vivas elogiou a abordagem de Luciane, enfatizando a importância da mediação nas rotinas diárias e no brincar, que muitas vezes é o mais simples e essencial para o desenvolvimento da criança. Diana Mata reforçou a importância da mediação mesmo em situações cotidianas como a disputa por brinquedos, observando que o choro muitas vezes é a reação inicial da criança quando não consegue o que quer. Geseli Batista complementou que a mediação ajuda a romper com o olhar capacitista, permitindo que as crianças construam suas
aprendizagens em seu próprio ritmo, considerando os marcos de desenvolvimento como um guia.
Estações de Aprendizagem como Ferramenta para Mediação
A Contato Gestão Inclusiva destacou as estações de aprendizagem como uma prática eficaz que permite a observação, personalização e construção de vínculos, resultando em um avanço pedagógico considerável para os alunos. A Contato Gestão Inclusiva também descreveu como as estações de aprendizagem permitem que o educador se aproxime de pequenos grupos de alunos,
proporcionando intervenções individualizadas e variando as atividades semanais, como massinha, blocos lógicos ou livros de história, o que estimula o engajamento e a participação das crianças.