Evento presencial: Mediação nas Escolas – Caminhos para uma Gestão Inclusiva

Mediação nas Escolas – Caminhos para uma Gestão Inclusiva

 

“Mediação nas Escolas – Caminhos para uma Gestão Inclusiva”, apoiado pela Fundação Granja Escola São José e Secretaria Municipal de Educação de Itaúna, tivemos a oportunidade de explorar um tema fundamental para a construção de ambientes educacionais mais harmoniosos e produtivos.

A palestra, ministrada pela especialista e mediadora Dra. Maria Solange Costa Fonseca e Dra. Ana Carolina Cândido, abordou uma série de tópicos essenciais para a compreensão e aplicação da mediação no contexto escolar.

Principais Tópicos da Palestra:
• O que é Mediação Escolar? 

A mediação escolar é uma ferramenta pedagógica e relacional que visa transformar conflitos em oportunidades de aprendizagem. Ela promove a escuta, a empatia e a corresponsabilidade, com o objetivo de educar para o convívio pacífico em vez de punir. A mediação busca compreender as causas dos conflitos, acolher as diferenças e integrar todos os alunos,
especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade.

• Fundamentos Legais e Inclusão: 

A mediação escolar é uma aliada da inclusão ao lidar com bullying, preconceitos e dificuldades de aprendizagem. A palestra destacou a base legal para essa prática, mencionando artigos da Constituição Federal (CF/88) que tratam do direito à educação e da gestão democrática, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI) e a Lei da Mediação.

 

• Conexão com a BNCC: 

A mediação está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fortalecendo competências socio-emocionais como empatia, diálogo, resolução de conflitos e cultura de paz. A mediação escolar desenvolve o pensamento crítico, a escuta ativa e o diálogo responsável nos alunos.

• Metodologias na Prática: 

Foram apresentadas diversas maneiras de aplicar a mediação na escola, desde ações simples como rodas de conversa, clubes da empatia e oficinas socio-emocionais, até práticas mais aprofundadas como a criação de uma comissão de mediação, a formação de alunos mediadores e a adoção de acordos de convivência. A palestra enfatizou que “incluir não é adaptar o aluno à escola, mas adaptar a escola ao aluno”.

• Papel da Gestão Escolar: 

A gestão escolar tem um papel fundamental para institucionalizar a mediação. Isso inclui criar uma comissão de mediação, inserir a mediação no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e apoiar a formação de mediadores escolares.

• Desafios e Soluções: 

Foram discutidos desafios como a cultura punitiva, a falta de formação e o tempo escasso, e apresentados caminhos para superá-los, como a formação continuada e parcerias com o Judiciário, universidades e conselhos tutelares.

• Conceito e Origem da Mediação: 

A mediação tem sua origem no latim “mediatio” e se define como a intervenção de um terceiro para facilitar a comunicação e a busca de soluções em um conflitos. A palestra destacou a evolução histórica da prática em civilizações antigas como a Grécia e Roma, e em religiões como o judaísmo e o cristianismo. A história bíblica do Julgamento de Salomão foi apresentada como um exemplo de justiça sábia e imparcial.

• O Conflito como Oportunidade: 

Foi ressaltado que o conflito é um processo inerente ao ser humanos. Dependendo de como é gerenciado, o conflito pode ter desdobramentos positivos ou negativos, podendo levar à criatividade e ao aprendizado.

• Mediação vs. Conciliação: 

A diferença crucial entre mediação e conciliação foi esclarecidas . Enquanto na mediação o mediador atua como um facilitador do diálogo, sem sugerir soluções, na conciliação, o conciliador tem um papel mais ativo e pode propor alternativas para o acordo.

• Desafios no Ambiente Escolar: 

A palestra detalhou as causas comuns de conflitos na escola, incluindo diferenças individuais, questões no processo de aprendizagem, e problemas sociais como bullying e preconceito.

• Exemplos Práticos de Mediação: 

Foram apresentadas estratégias concretas para a resolução de conflitos, tais como:
   – Sessões de escuta ativa, onde o mediador ouve atentamente as partes para identificar a raiz do problema.
   –  Contratos de convivência, que são acordos escritos com expectativas e responsabilidades claras para os alunos.
   – Círculos restaurativos, que promovem a reparação e a cura das relações danificadas pelo conflito.


• Mediação para a Inclusão: 

O evento destacou a importância fundamental da mediação para garantir a inclusão de pessoas com necessidades especiais, combatendo a segregação social e promovendo um futuro mais justo.


O evento reforçou a ideia de que a mediação deve fazer parte de todos os processos da vida escolar.

 

Nas palavras de Maria Tereza Maldonado: “A Escola é um lugar de encontros, e todo encontro pode gerar conflito. O desafio é transformar esse conflito em aprendizado”.


Agradecemos a todos os profissionais da educação e mediadores que participaram ativamente do evento, incluindo representantes de instituições.

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