Os desafios de uma educação inclusiva

Foto: Maurício Moreira – João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.

Opinião

A professora Nivânia Maria Melo faz uma reflexão sobre o que torna o processo educacional libertador e a importância da educação inclusiva para alunos com deficiência e transtornos de aprendizagem. Ela também fala sobre a importância do olhar diferenciado do educador.

Fala com sabedoria, ensina com amor

Os desafios de uma educação inclusiva

A campanha da fraternidade de 2022 nos convida a refletir a educação de uma forma bastante profunda e, alerta-nos sobre a importância de nos impregnarmos, como pessoas e educadores, de duas virtudes, a sabedoria e o amor, que são as premissas básicas dos ensinamentos dados por Jesus.

Vou fazer um recorte exatamente no que estou trabalhando com uma das turmas da pedagogia em relação aos alunos com deficiência e transtornos de aprendizagem, alunos nem sempre muito bem quistos na sala de aula, justamente por trazerem um desafio, e até um incomodo, pois nos tiram, enquanto professores, do lugar comum e nos faz repensar nosso papel e buscar novos caminhos e novas alternativas, novos olhares.

As políticas públicas de educação inclusiva no Brasil já são muito claras em relação a importância de se oportunizar a esses alunos, experiências diferenciadas em termos de metodologias, recursos e alternativas de aprendizagem e o que falta acontecer é exatamente uma mudança de postura diante desse aluno, uma mudança de olhar.

Diante de um aluno com tais características, o olhar do professor precisa ser diferenciado, precisa estar impregnado de empatia. Compreender as dificuldades que esse aluno tem, colocar-me no lugar dele e saber conduzi-lo nessa experiência do aprender, faz toda a diferença na sua vida, na sua aprendizagem e no seu futuro.

Existem dois caminhos:

Manter-se no lugar do senso comum e manter o olhar que só enxerga as dificuldades e limitações e nos impede de procurar alternativas, e os mantem marginalizados, no lugar dos diferentes e incapazes. Ou embeber-se de empatia, que nos proporciona o olhar ressignificado para compreensão das suas limitações e nos ilumina na caminhada em busca de alternativas metodológicas, palavras e ações empáticas e transforma o esperado caminho de limitações em possibilidades, autoestima, auto confiança.

“Fala com sabedoria, ensina com amor”, o lema da CF, fala dos ensinamentos para iluminar e apontar caminhos na dura caminhada do aluno com deficiência e transtornos de aprendizagem no universo da atual educação que escraviza e não liberta.

Nivânia Maria de Melo Reis

Terapeuta Ocupacional, doutoranda em educação, mestra em educação e especialista em educação especial. Professora assistente IV na PUC Minas na área de educação inclusiva. Coordenadora da área de ações inclusivas do curso de pedagogia. Consultora em acessibilidade, educação inclusiva e tecnologia assistiva.

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